Fraude em licitações atinge mais de 100 prefeituras e câmaras em Mato Grosso

Uma investigação do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) revelou um esquema de fraude em licitações envolvendo mais de 100 prefeituras e câmaras municipais em Mato Grosso. Deflagrada nesta quarta-feira (7), a Operação Gomorra expôs um grupo suspeito de utilizar empresas familiares para firmar contratos fraudulentos e desviar recursos públicos em diversos municípios do estado, incluindo Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá.

Segundo a apuração do Naco, um dos métodos usados para desvio incluía "cartões coringa" para sobrepreço em compras de combustível, uma prática que inflacionava os preços cobrados nas licitações. As investigações revelaram que os contratos firmados desde 2020 até o presente foram conduzidos por quatro empresas interligadas por um mesmo núcleo familiar, todas com vínculos diretos aos suspeitos. Além disso, foi identificado que outras empresas participantes das licitações tinham sócios que eram parentes dos principais acusados, e algumas delas sequer estavam em operação.

Entre os envolvidos, destaca-se Edézio Corrêa, apontado como sócio oculto das empresas investigadas. Corrêa já foi alvo de denúncias na Operação Sodoma, que investigou um esquema de propina durante o governo do ex-governador Silval Barbosa.

O levantamento dos contratos pelo Naco mostrou aumentos alarmantes nos valores firmados, com discrepâncias que chegam a ultrapassar R$ 9 milhões entre 2021 e 2022. Os maiores valores de contratos suspeitos foram identificados em prefeituras como Colniza (R$ 20,3 milhões) e Peixoto de Azevedo (R$ 17,1 milhões), enquanto outras dezenas de municípios também apresentaram contratos suspeitos em menor escala.

Lista completa de municípios e valores dos contratos sob investigação: