Mato Grosso pode registrar temperaturas próximas aos 50 graus em um futuro próximo, segundo a especialista em clima Ana Paula Paes. A previsão foi apresentada durante o Primeiro Seminário de Mudanças Climáticas em Mato Grosso, organizado pelo Tribunal de Justiça com apoio da Energisa. O evento teve como objetivo debater ações imediatas para lidar com a crise climática.
Ana Paula, que possui doutorado e pós-doutorado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacou que projeções para o período entre 2030 e 2050 indicam um cenário alarmante. Caso o aquecimento global continue sem controle, o Centro-Oeste, incluindo Mato Grosso, pode enfrentar temperaturas insuportáveis.
A pesquisadora citou a recente sequência de ondas de calor como exemplo dos extremos climáticos. Segundo ela, 2023 foi o ano mais quente da história global, e 2024 pode bater novos recordes. "Em setembro de 2024, tivemos praticamente o mês inteiro com máximas acima de 40 graus", explicou.
Outro ponto de alerta foi o impacto financeiro das mudanças climáticas. Com o aumento do uso de termelétricas devido à falta de chuvas, a conta de energia elétrica subiu, assim como o esforço de aparelhos de refrigeração. O consumo de energia pode aumentar em até 60%, segundo a especialista.
O evento também contou com a participação de Ricardo Cardim, paisagista e mestre em botânica, que defendeu a criação de cidades mais verdes e sustentáveis, utilizando espécies nativas. "Já temos tecnologia para isso, e é urgente que o façamos", ressaltou.
A crise climática já causa mortes e prejuízos econômicos ao redor do mundo, o que reforça a necessidade de ações imediatas para mitigar os efeitos do aquecimento global.
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